Imagens de câmeras corporais mostram inconsistências na versão apresentada por policiais militares sobre a morte de um jovem de 18 anos durante uma abordagem na Zona Leste de São Paulo em novembro de 2024. De acordo com a Defensoria Pública, as gravações indicam que o jovem não estava armado no momento dos disparos, contrariando a alegação dos agentes de que agiram em legítima defesa. Os vídeos mostram ainda um dos policiais ajustando o ângulo da câmera antes que uma arma fosse supostamente encontrada próximo ao corpo da vítima.
O relatório da Defensoria destaca que, imediatamente após os tiros, não há registro de qualquer arma nas proximidades do jovem, que chegou a pedir ajuda enquanto estava caído no chão. A mãe da vítima afirmou que as imagens mostram claramente a ausência de uma arma antes da intervenção dos policiais. Dois agentes envolvidos no caso foram afastados temporariamente das ruas a pedido do Ministério Público, que investiga possíveis irregularidades na ação.
A Secretaria de Segurança Pública informou que o caso está sob investigação da Polícia Civil e que não tolera desvios de conduta. O inquérito da Polícia Militar já foi concluído e encaminhado, mas as imagens das câmeras corporais levantaram dúvidas sobre a narrativa inicial. O episódio reforça a importância da transparência no uso de câmeras por agentes de segurança pública, especialmente em situações que resultam em mortes.