A Câmara dos Deputados deve votar na próxima semana um projeto que amplia o número de deputados federais, passando de 513 para 527 cadeiras. A proposta é uma resposta à decisão do STF, que determinou a atualização da distribuição de vagas com base no Censo de 2022, o que poderia reduzir representação de sete estados. Lideranças defendem a criação de novas vagas para evitar perdas, alegando preocupações com impacto político e financeiro nos estados afetados.
O texto, relatado por um deputado da Paraíba — estado que pode perder assentos —, garante que nenhum estado terá redução de cadeiras e altera a lei para permitir apenas aumentos futuros. Críticos questionam o custo da medida, já que salários e benefícios dos parlamentares não podem ser cortados, além do possível efeito cascata nas assembleias estaduais, cujo tamanho é vinculado às bancadas federais.
A discussão envolve ainda dúvidas sobre a confiabilidade do Censo, usado como base pela decisão do STF. Enquanto alguns defendem sua revisão, o prazo para aprovação do projeto se encerra em 30 de junho, sob risco de o TSE redistribuir as vagas unilateralmente. O impasse reflete tensões entre representatividade populacional e interesses políticos locais.