A Câmara dos Deputados adiou a votação do requerimento de urgência do PLP 177/2023, que propõe a redistribuição do número de deputados federais com base no Censo de 2022. A bancada paulista, que atualmente tem 70 representantes, critica a proposta por considerar que São Paulo, responsável por 20% da população brasileira, teria apenas 111 cadeiras—metade do que seria proporcional. Enquanto alguns defendem que a mudança corrige distorções, outros argumentam que o aumento de deputados elevaria os custos públicos, já que cada parlamentar custa aproximadamente R$ 273 mil mensais.
O relator do projeto sugere ampliar o total de deputados de 513 para 527, evitando que estados com população reduzida percam representantes. A proposta original, no entanto, mantém o número atual de cadeiras, redistribuindo-as conforme o Censo. O presidente da Câmara apoia a alteração, já que seu estado, a Paraíba, seria um dos prejudicados pela redistribuição pura. O STF determinou em 2023 que o Congresso regulamente a distribuição de deputados de acordo com a população de cada unidade federativa.
O debate envolve não apenas questões de representatividade, mas também o impacto financeiro: um aumento de 14 deputados custaria R$ 46,2 milhões por ano aos cofres públicos. O relator afirma que estudos estão em andamento para compensar os gastos, mas a discussão reflete a tensão entre proporcionalidade e eficiência orçamentária, sem consenso à vista.