A indústria calçadista brasileira, especialmente em polos como Franca (SP), projeta crescimento nas exportações em 2025, impulsionada pela guerra comercial entre EUA e China e pela desvalorização do real. As exportações do primeiro trimestre subiram 14%, com destaque para o mercado norte-americano, onde os calçados brasileiros se tornaram mais competitivos devido ao aumento de tarifas sobre produtos asiáticos. No entanto, o setor enfrenta desafios, como a capacidade limitada de produção e a escassez de mão de obra, que podem impedir o aproveitamento total dessa oportunidade.
Enquanto isso, o mercado interno preocupa-se com a possível invasão de calçados chineses, mesmo com medidas protecionistas como o antidumping. Países como Vietnã e Indonésia já aumentaram suas exportações para o Brasil, pressionando os fabricantes locais. Representantes do setor alertam que, sem barreiras eficazes, a concorrência asiática pode comprometer 85% da produção nacional, voltada para o consumo interno.
Para enfrentar esses desafios, as empresas apostam em estratégias como participação em feiras internacionais, vendas online e valor agregado do produto brasileiro. A qualidade artesanal e a agilidade nas entregas são diferenciais que buscam consolidar tanto o mercado externo quanto o doméstico. Apesar do cenário promissor, o setor reconhece que a falta de preparo estrutural e a concorrência global exigirão adaptações para sustentar o crescimento no longo prazo.