O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) retomou a análise de um inquérito que investiga se o Google adotou práticas anticoncorrenciais em sua ferramenta de busca, especialmente em relação a conteúdo jornalístico. A ANJ (Associação Nacional de Jornais) alega que a big tech reproduz informações de sites de notícias, reduzindo o tráfego para essas plataformas. O caso, iniciado em 2018, foi inicialmente arquivado em 2024, mas foi reaberto após recomendação de uma conselheira do Cade, que destacou preocupações com o equilíbrio entre plataformas digitais e veículos de imprensa.
A discussão central gira em torno do chamado “scraping”, prática em que o Google coletaria dados automatizados de sites para exibir conteúdos como resultados de esportes, cotações e previsão do tempo diretamente em sua página. A ANJ argumenta que isso desincentiva o acesso aos sites originais, enquanto o Google defende que os veículos podem optar por não participar desses resultados. Autoridades de outros países, como França e Austrália, já analisaram questões semelhantes, resultando em acordos e ajustes legislativos.
O Google afirma que suas ferramentas atendem à demanda por informações atualizadas e que seu modelo de rastreamento e classificação é padrão no setor, sendo usado também por concorrentes como Bing e Yahoo. A empresa também destacou iniciativas como a Google News Initiative, que financia veículos de notícias. Já a ANJ contesta, alegando que mudanças no design do Google Search prejudicaram a audiência dos sites e que a reprodução de conteúdo sem compensação financeira é exploratória. O caso segue em análise pelo Cade, refletindo um debate global sobre o poder das big techs no ecossistema midiático.