Os ministros de Energia dos países do Brics reforçaram, durante a 10ª Reunião Ministerial do grupo em Brasília, a importância dos combustíveis fósseis para a segurança energética global, especialmente em nações em desenvolvimento. Em comunicado, destacaram que a transição para fontes limpas deve ser “justa, ordenada e equitativa”, considerando as diferentes realidades econômicas. O grupo argumentou que petróleo, gás natural e carvão ainda são essenciais para garantir o crescimento de economias emergentes, defendendo o direito de cada país definir seu próprio ritmo na adoção de energias renováveis.
O documento também enfatizou a soberania dos Estados sobre seus recursos naturais, incluindo minerais críticos como lítio e níquel, fundamentais para tecnologias de baixo carbono. Além disso, os Brics expressaram preocupação com sanções internacionais ao setor energético, que, segundo eles, afetam a estabilidade do mercado e infraestruturas como gasodutos e redes transfronteiriças. A crítica surge em meio a restrições impostas por EUA e União Europeia ao petróleo e gás russos após a invasão da Ucrânia em 2022.
Durante o evento, o presidente da COP30 mencionou a intenção de colaborar com a Petrobras para incluir petroleiras nas discussões da conferência do clima, marcada para novembro em Belém. A declaração reforçou a necessidade de união entre os setores para uma transição eficiente, alinhada ao princípio de “sistemas energéticos mais flexíveis e sustentáveis” defendido pelo Brics.