Uma mulher transgênero brasileira que buscou asilo nos Estados Unidos foi enviada para a ala masculina da prisão de Guantánamo, em Cuba, após ser detida na fronteira com o México. Em depoimento à Justiça americana, ela relatou ter informado às autoridades sobre sua identidade de gênero, mas mesmo assim foi alojada com outros detentos homens, onde enfrentou condições precárias, incluindo falta de privacidade em banheiros e vestiários. Durante a transferência para Guantánamo, ela afirmou ter sido submetida a maus-tratos, como ser acorrentada e ter seu pedido de contato com familiares ou advogados negado.
Após nove dias em um centro de detenção no Novo México, a brasileira foi levada para Guantánamo, onde permaneceu em uma cela com cinco homens, apesar de seus protestos. Ela descreveu a experiência como “desumana”, destacando a ausência de portas nos banheiros e a limitação a apenas duas refeições diárias. Posteriormente, foi transferida para Miami e, depois, para um centro na Louisiana, onde ficou em cela isolada após reiterar sua identidade de gênero.
De acordo com relatos, a mulher foi deportada para o Brasil no início de abril e agora está com familiares em Minas Gerais. Ela havia expressado temor de ser assassinada caso retornasse ao país. O caso integra um processo movido por organizações de direitos civis contra a transferência de imigrantes para Guantánamo, considerada ilegal pelos grupos.