Uma mulher transgênero brasileira relatou ter sido submetida a condições degradantes após pedir asilo nos Estados Unidos no início deste ano. Detida ao cruzar a fronteira com o México, ela foi inicialmente levada para um centro de processamento no Novo México, onde ficou em uma cela com 49 homens, apesar de ter informado aos agentes sobre sua identidade de gênero. Posteriormente, foi transferida para a prisão de Guantánamo, em Cuba, onde afirma ter sofrito maus-tratos, incluindo ser acorrentada durante o transporte e alojada com detentos do sexo masculino, sem privacidade para usar o banheiro ou tomar banho.
Durante seu depoimento à Justiça norte-americana, a brasileira descreveu como suas solicitações para contato com familiares ou advogados foram negadas em Guantánamo, além de enfrentar restrições como apenas duas refeições diárias e 25 minutos fora da cela. Após pressão de organizações de direitos civis, ela foi transferida de volta aos EUA, primeiro para Miami e depois para um centro de detenção na Louisiana, onde foi colocada em isolamento.
De acordo com relatos, a mulher foi deportada para o Brasil em abril e agora está com familiares em Minas Gerais. Ela havia expressado temor de ser assassinada caso retornasse ao país, mas não há informações detalhadas sobre as ameaças que sofreu anteriormente. O caso faz parte de um processo judicial movido por grupos defensores dos direitos humanos, que contestam a legalidade do envio de imigrantes para Guantánamo.