O diretor de Política Monetária do Banco Central destacou que o PIB brasileiro vem crescendo acima do seu potencial há três ou quatro anos consecutivos, um cenário positivo que, no entanto, levou ao aumento da inflação. Para conter esse avanço e evitar que o crescimento econômico se transforme em pressão inflacionária, o BC optou por elevar os juros. O diretor explicou que, apesar da combinação entre juros altos e atividade econômica robusta, o real não se valorizou significativamente devido ao cenário externo, onde os EUA também apresentavam crescimento forte e taxas de juros elevadas.
Ele ressaltou que os movimentos cambiais observados no final de 2024 e início de 2025 foram mais influenciados pelo comportamento do dólar do que por fatores internos do real. Além disso, o diretor afirmou que o dólar deve manter seu status como moeda global de referência nos próximos anos, dado o peso dos EUA na economia mundial, responsável por 25% do PIB global e 70% a 75% dos ativos investíveis.
Por fim, o diretor comentou que as recentes medidas protecionistas anunciadas pelos EUA, como o aumento de tarifas, podem reduzir a produtividade norte-americana e pressionar para baixo o valor do dólar. A análise reforça a complexidade do cenário global e seus impactos nas economias emergentes, como a do Brasil, que busca equilibrar crescimento e estabilidade monetária.