O governo brasileiro está negociando com outros países para adotar bloqueios menos restritivos às exportações de frango, após a detecção do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. Mais de 20 nações, incluindo China e União Europeia, suspenderam temporariamente as importações de frango brasileiro, embora não haja risco para o consumo humano. Enquanto alguns países impuseram restrições apenas ao estado afetado ou à área próxima ao foco da doença, outros, como a China, bloquearam produtos de todos os estados, impactando significativamente as vendas externas do Brasil, maior exportador mundial de frango.
A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) recomenda a suspensão de importações em um raio de 10 km do foco da doença, mas cada país tem autonomia para definir suas regras. O governo brasileiro argumenta que a granja afetada nem sequer exportava frango ou ovos, destacando que embargo regionalizado teria impacto mínimo. Autoridades buscam convencer parceiros comerciais a adotarem medidas mais específicas, apresentando o rigoroso sistema de controle sanitário do país, que evitou por dois anos a entrada do vírus em granjas comerciais.
Esforços diplomáticos incluem a divulgação de informações sobre os protocolos de inspeção e vigilância do Brasil, além de relatórios técnicos para demonstrar a contenção do surto. Acordos regionais já foram fechados com Japão e Arábia Saudita, mas negociações com China, Coreia do Sul e União Europeia ainda estão em andamento. O ministro da Agricultura afirmou que o processo exige tempo para gerar confiança, mas reforçou o compromisso do Brasil em garantir a segurança sanitária e retomar o comércio o mais breve possível.