O governo brasileiro está negociando com outros países para adotarem bloqueios menos restritivos às exportações de frango, após a detecção do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. Mais de 20 nações, incluindo China e União Europeia, suspenderam temporariamente as importações de frango brasileiro, embora o consumo do produto não represente riscos à saúde. Alguns países, como Japão e Arábia Saudita, impuseram restrições apenas ao estado afetado ou a áreas próximas ao foco da doença, enquanto outros, como a China, bloquearam produtos de todo o Brasil.
A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) recomenda a suspensão de importações em um raio de 10 km do foco da doença, mas cada país tem autonomia para definir suas regras. O Brasil argumenta que seu sistema sanitário, fortalecido desde 1994, é capaz de conter a disseminação do vírus, e busca convencer parceiros comerciais a adotarem medidas regionalizadas. Autoridades destacam que a granja afetada nem sequer exportava frango ou ovos, minimizando o impacto real nas vendas internacionais.
O Ministério da Agricultura trabalha para apresentar relatórios detalhados sobre as ações de contenção, esperando que os países retomem as importações após avaliarem as informações. Enquanto isso, o governo reforça diálogos técnicos com grandes compradores, como Coreia do Sul e México, para flexibilizar os embargos. A China, principal destino das exportações, ainda mantém restrições totais, mas o Brasil espera avançar nas negociações nos próximos dias, destacando a importância de medidas proporcionais ao risco real.