O Brasil se destaca como um vencedor relativo entre os mercados emergentes e globais, com ações ainda descontadas, segundo análise da XP. Fernando Ferreira, estrategista-chefe da corretora, aponta que os papéis brasileiros podem se tornar ainda mais atraentes em um cenário de melhora macroeconômica e possível fim do ciclo de alta de juros. Apesar do aumento da volatilidade global em abril, impulsionado por medidas comerciais dos EUA, os fluxos de investimento estrangeiro no Brasil se recuperaram ao longo do mês, reforçando a posição favorável do país.
A América Latina, e particularmente o Brasil, é vista como mais protegida em meio às tensões comerciais globais. Investidores internacionais demonstraram otimismo durante um roadshow em Londres, destacando a diversificação da base produtiva e o dólar mais fraco como fatores positivos. O Ibovespa teve sua estimativa de valor justo ajustada para 145 mil pontos até o final de 2025, um leve recuo em relação à projeção anterior de 149 mil, mas ainda refletindo confiança no mercado local.
A preferência dos investidores tem se voltado para setores domésticos e sensíveis às taxas de juros, em detrimento de commodities, devido à maior exposição destas à incerteza global. A análise ressalta, no entanto, que o risco inflacionário no Brasil pode exigir juros elevados por mais tempo, o que poderia desafiar a visão consensual positiva. Apesar disso, o sentimento predominante é de que o país continua bem posicionado para captar fluxos de capital no curto e longo prazos.