O governo brasileiro classificou como unilateral e discriminatória a decisão da Comissão Europeia de incluir o Brasil na categoria de risco médio para desmatamento, anunciada na quinta-feira (22.mai.2025). Em nota, o Itamaraty expressou surpresa com a medida, argumentando que ela impõe custos desproporcionais aos países que praticam agricultura tropical sustentável, como o Brasil, e afeta especialmente pequenos produtores. A nova lei antidesmatamento da UE, que entra em vigor em dezembro de 2025, classificou 140 países como de baixo risco, incluindo nações como China e EUA, enquanto apenas quatro foram considerados de alto risco: Belarus, Coreia do Norte, Mianmar e Rússia.
O Brasil destacou que a metodologia usada pela UE foi discricionária e retroativa (2015-2020), ignorando os esforços nacionais e multilaterais de preservação florestal. O governo ressaltou a contradição de países com grandes áreas de floresta tropical, como Brasil, Malásia e Indonésia, serem classificados com risco maior do que nações de clima temperado. A lista da UE avaliou riscos ligados a commodities como carne bovina, cacau, café e soja, setores críticos para a economia brasileira.
O Itamaraty afirmou que analisará detalhadamente os critérios da UE e continuará pressionando por mais diálogo para minimizar os impactos da lei sobre exportadores brasileiros. A nota reforçou o compromisso do Brasil com a sustentabilidade, mas criticou a falta de cooperação internacional na implementação da medida, que pode prejudicar produtores locais.