A imigração brasileira em Portugal, que ultrapassa meio milhão de pessoas, tornou-se um tema central nas eleições parlamentares deste domingo (18/5). O país enfrenta uma polarização entre políticas migratórias abertas, defendidas pelo Partido Socialista, e o discurso anti-imigração do partido Chega, que ganhou força nos últimos anos. Enquanto os brasileiros são atraídos pela facilidade burocrática, idioma compartilhado e oportunidades de trabalho, sua presença maciça alimenta debates culturais e políticos, inclusive sobre o papel dos imigrantes no rejuvenescimento da população portuguesa.
A economia e a imigração dominam a campanha eleitoral, com salários abaixo da média europeia levando muitos portugueses a emigrar, enquanto o fluxo recorde de estrangeiros — especialmente do Brasil e da Ásia — gera tensões. O governo anterior, de centro-direita, enfrentou críticas após anunciar a deportação de imigrantes irregulares, medida vista como estratégia eleitoral. Já o Partido Socialista promete combater o discurso de ódio, mas admite falhas na gestão migratória durante seu mandato.
Além do impacto político, a integração cultural dos brasileiros em Portugal provoca tanto trocas positivas, como a incorporação de palavras brasileiras no cotidiano, quanto conflitos, como a brincadeira viral que chamou o país de “Guiana Brasileira”. A adoção de sistemas como o PIX em comércios portugueses ilustra a influência econômica da comunidade, que já é a segunda maior diáspora brasileira no mundo, atrás apenas dos EUA. O resultado das eleições pode definir o futuro das políticas migratórias e do convívio multicultural em Portugal.