O Brasil subiu cinco posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) global em 2023, alcançando a 84ª colocação, com pontuação de 0,786, considerada de alto desenvolvimento. O avanço foi impulsionado por melhorias em expectativa de vida, escolaridade e PIB per capita, com crescimento médio anual de 0,38% desde 2010. No entanto, quando ajustado pela desigualdade social, o IDH brasileiro cai para 0,594, rebaixando o país à categoria de desenvolvimento médio e à 105ª posição, evidenciando desafios persistentes na distribuição de renda e oportunidades.
O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) destacou que a média global do IDH atingiu 0,756, o maior patamar desde o início da série histórica. A Islândia lidera o ranking (0,972), enquanto o Sudão do Sul ocupa a última posição (0,388). Na América Latina, o Chile é o melhor colocado (45º), seguido por Argentina e Uruguai. Apesar do progresso, o coordenador do estudo alertou para a desaceleração no ritmo de avanço global e para o crescente abismo entre países ricos e pobres, que ameaça décadas de convergência no desenvolvimento humano.
O tema do relatório deste ano focou no impacto da inteligência artificial (IA) no desenvolvimento, com o Pnud defendendo a cooperação internacional para garantir que a tecnologia beneficie a humanidade de forma inclusiva. O Brasil também foi avaliado sob a perspectiva ambiental, com um IDH ajustado pela pegada de carbono de 0,702 (77º lugar), mostrando desempenho relativo melhor quando considerada a sustentabilidade. O estudo reforça a necessidade de políticas que equilibrem crescimento econômico, redução de desigualdades e proteção ambiental.