O Brasil sediará a COP30 em novembro deste ano, em Belém (PA), enfrentando desafios tanto na organização do evento quanto nas negociações climáticas. O governo nomeou o diplomata André Correa do Lago, reconhecido por sua expertise em negociações ambientais, para presidir a conferência. O presidente Lula tem enfatizado a necessidade de ações concretas, criticando promessas não cumpridas e defendendo a implementação de acordos já firmados, como o Acordo de Paris.
Entre os principais temas em discussão estão as metas climáticas (NDCs), que apenas 19 dos 195 países signatários apresentaram até agora, o financiamento climático — com uma lacuna significativa entre os recursos necessários (US$ 1,3 trilhão até 2035) e os compromissos assumidos (US$ 300 bilhões na COP29) — e a dependência global de combustíveis fósseis. A ministra Marina Silva destacou a urgência de um plano internacional justo para transição energética, enquanto o Brasil busca articular uma posição conjunta com o Brics para fortalecer sua influência nas negociações.
Com apenas sete meses até a COP30, o país pressiona por maior engajamento dos países ricos, que historicamente são os maiores emissores, e por metas mais ambiciosas. A conferência será um teste crucial para o multilateralismo climático, com o Brasil no centro dos esforços para avançar em acordos concretos e financiamento adequado. O sucesso da COP30 dependerá da capacidade de transformar discursos em ações efetivas contra as mudanças climáticas.