Em 2023, o Brasil atingiu o menor número de nascimentos desde 1976, com 2.518.039 registros, uma queda de 0,8% em relação a 2022. Segundo o IBGE, essa redução reflete uma tendência multifatorial, incluindo o adiamento da maternidade. Dados mostram que 39% das mães tinham mais de 30 anos em 2023, ante 23,9% em 2003, enquanto os nascimentos de mães adolescentes caíram de 20,9% para 11,8% no mesmo período.
As disparidades regionais são evidentes: no Norte, 18,7% dos nascimentos são de mães com até 19 anos, enquanto no Distrito Federal, 49,4% das mães têm 30 anos ou mais. O Centro-Oeste foi a única região com aumento nos nascimentos (1,1%), contrastando com a queda nacional. Além disso, a falta de estrutura hospitalar obriga muitas mulheres a buscarem atendimento em outras cidades, como em Aparecida de Goiânia (GO), onde 80,8% dos partos ocorrem fora do município de residência.
Apesar da queda de 5% nas mortes em 2023, os óbitos ainda estão acima dos níveis pré-pandemia. A maior redução ocorreu entre idosos com 80 anos ou mais (-7,9%), enquanto quatro estados registraram aumentos, como Amazonas (2,0%). Os dados reforçam as mudanças demográficas e os desafios na saúde pública, com impactos duradouros na sociedade brasileira.