O Brasil está em negociações com a União Europeia (UE) e os Estados Unidos para estabelecer limites às restrições comerciais causadas pela gripe aviária, conforme declarou um representante do Ministério da Agricultura. Marcelo Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal, expressou confiança em acordos que restrinjam os embargos apenas às regiões afetadas por surtos, em vez de proibições nacionais. As discussões ocorrem durante a sessão geral da Organização Mundial de Saúde Animal, em Paris, com o objetivo de alinhar medidas entre grandes produtores avícolas, como Brasil e EUA, que enfrentam desafios semelhantes.
O país, maior exportador global de carne de frango, confirmou seu primeiro caso de gripe aviária altamente patogênica em uma granja no Rio Grande do Sul em 16 de maio, levando vários importadores a impor embargos. Enquanto alguns bloquearam compras de todo o Brasil, outros restringiram apenas o estado afetado. A medida impactou as exportações, com estimativas de perdas de até US$ 200 milhões mensais, destacando a urgência das negociações para minimizar danos econômicos.
A vacinação contra a gripe aviária e a regionalização dos embargos são vistas como estratégias-chave para manter o fluxo do comércio global, conforme apontado por organizações internacionais. O Brasil aguarda um período de 28 dias para se autodeclarar livre da doença, enquanto busca soluções diplomáticas para evitar interrupções prolongadas. O cenário reforça a necessidade de cooperação entre os principais players do mercado avícola diante de crises sanitárias.