O Brasil consolidou-se como o principal polo de EdTechs na América Latina, concentrando 68,93% das startups educacionais da região, segundo o EdTech Report 2024. Entre 2015 e março de 2024, o país atraiu US$ 475,6 milhões em investimentos, cerca de 80% do total captado na região. Embora o setor tenha atingido seu ápice em 2021, com US$ 271,5 milhões, houve uma desaceleração nos anos seguintes. As plataformas de ensino dominam o mercado, representando 51,1% das startups, seguidas por ferramentas de estudo e gestão educacional. O modelo de negócio mais comum é o SaaS, enquanto o público-alvo predominante é o B2C.
A inteligência artificial tem sido adotada como ferramenta estratégica pelas EdTechs brasileiras, principalmente para escalar soluções existentes, como correção automatizada de provas, geração de conteúdo e análise de dados. Um exemplo recente é a aquisição da startup ASF pelo CPV Educacional, que incorporou o sistema ALAN, especializado em simular dinâmicas de grupo e entrevistas para vestibulandos. A tecnologia, que combina speech-to-text, LLMs e RAG, oferece feedback personalizado para desenvolver habilidades socioemocionais. Apesar do crescimento, o setor enfrenta desafios regulatórios, como a adequação à LGPD, e questões éticas, como transparência algorítmica e risco de viés.
O mercado global de IA na educação deve crescer de US$ 3,65 bilhões em 2023 para mais de US$ 92 bilhões até 2033, com um crescimento anual médio de 38%. No Brasil, o cenário é promissor, com destaque para sistemas de correção automatizada, tutores virtuais e chatbots educacionais. Professores e alunos demonstram receptividade às tecnologias, mas a aceitação depende da forma como são implementadas. Enquanto os estudantes valorizam a interatividade, os educadores preocupam-se com a transparência e o controle de dados. O setor segue em expansão, com potencial para transformar a educação na região.