O governo brasileiro manifestou insatisfação com a decisão da Comissão Europeia de não incluir o país entre as 140 nações consideradas de baixo risco de desmatamento. Em nota, o Itamaraty classificou a medida como unilateral e discriminatória, destacando que a lista desconsidera os esforços nacionais e multilaterais na preservação florestal e no combate às mudanças climáticas. A classificação europeia avaliou o risco associado a sete commodities, como carne bovina e soja, e incluiu todos os membros da União Europeia, além de países como EUA e China, enquanto Brasil, Malásia e Indonésia ficaram de fora.
A União Europeia também definiu quatro nações como de alto risco: Belarus, Coreia do Norte, Mianmar e Rússia. O Brasil argumenta que a lei antidesmatamento, que entra em vigor em dezembro de 2025, impõe custos desproporcionais aos países que praticam agricultura sustentável. O Itamaraty ressaltou a contradição de nações com grandes florestas tropicais serem classificadas com risco maior do que aquelas com agricultura de clima temperado, mesmo com dados recentes apontando redução no desmatamento no Brasil.
Enquanto isso, o Senado brasileiro aprovou um projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental, medida criticada por ambientalistas por potencialmente aumentar o desmatamento. O governo reiterou seu compromisso com o diálogo e a cooperação para minimizar os impactos da legislação europeia sobre produtores e exportadores locais, buscando soluções que equilibrem desenvolvimento econômico e preservação ambiental.