Diante das medidas protecionistas do presidente americano Donald Trump, que elevaram tarifas de importação de 10% a 50% sobre produtos de diversos países, incluindo o Brasil, diplomatas e especialistas defendem o fortalecimento de acordos comerciais como estratégia essencial. Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado (CRE), representantes do governo brasileiro destacaram avanços como o acordo Mercosul-Singapura (2023) e a conclusão do acordo Mercosul-União Europeia, considerado transformador. O objetivo é buscar parcerias com nações que valorizem regras, comércio, investimentos e segurança jurídica, citando também negociações com a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta), Emirados Árabes Unidos, México e Índia.
O cenário internacional foi caracterizado como de incertezas e “desmantelamento absoluto” da ordem econômica global, segundo análise apresentada. Especialistas enfatizaram que o Brasil precisa investir em novas alianças, diversificar mercados e agir com flexibilidade e rapidez para reduzir dependências e atrair investimentos estrangeiros, que buscarão países com ambiente facilitado. A necessidade de adaptação a essa nova realidade turbulenta, colocando os interesses nacionais em foco, foi amplamente reconhecida, embora também se tenha apontado desafios internos críticos para o comércio exterior brasileiro.
Críticas foram direcionadas às ações protecionistas de Trump, consideradas incoerentes e um retrocesso no livre comércio, tensionando as relações globais e podendo prejudicar até mesmo a economia americana ao forçar realocação de cadeias produtivas. Apesar do contexto adverso, há confiança na capacidade do Brasil de lidar com as mudanças, porém com ressalvas sobre entraves internos como burocracia, complexidade tributária e falta de competitividade das empresas brasileiras, que precisam ser superados para aproveitar plenamente os novos acordos. A CRE planeja novas audiências para aprofundar o tema.