O Brasil registrou um crescimento histórico nas exportações de carne de frango no primeiro quadrimestre de 2025, alcançando mais de US$ 3 bilhões – o maior valor já visto para o período. O desempenho foi impulsionado por fatores como custo de produção competitivo, infraestrutura adequada e alta demanda internacional, especialmente após surtos de gripe aviária nos Estados Unidos, que prejudicaram a oferta global. Ricardo Santin, da Associação Brasileira de Proteína Animal, destacou a vantagem competitiva do país em relação a concorrentes como EUA e Europa.
No entanto, a confirmação de casos de gripe aviária no Brasil trouxe incertezas. Antes disso, o país se beneficiou da queda na produção norte-americana, direcionando suas exportações para mercados como China, Arábia Saudita e Japão – que agora impuseram restrições. O professor Renato Veloni, do Ibmec, ressaltou a ironia de que o surto nos EUA tenha impulsionado as vendas brasileiras, mas alertou para os riscos que a doença representa para o setor.
A gripe aviária também preocupa pela segurança alimentar global, já que o Brasil é responsável por quase 40% das exportações mundiais de carne de frango. Caso a produção seja afetada, o preço do produto pode disparar, impactando especialmente populações mais vulneráveis. O setor enfatiza a necessidade de proteger os plantéis para manter a estabilidade do abastecimento, tanto no mercado interno quanto no exterior, onde o país é um fornecedor essencial.