O Brasil subiu cinco posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), alcançando a 84ª colocação entre 193 países, impulsionado pela melhoria na renda e na saúde. No entanto, a educação permanece estagnada, com o tempo médio de estudos abaixo do ideal e sem avanços desde antes da pandemia. Especialistas defendem que a reversão desse cenário depende da aprovação do novo Plano Nacional de Educação (PNE), que deve garantir investimentos progressivos de até 10% do PIB no setor até 2034, além de enfrentar desafios como o analfabetismo e a evasão escolar.
O projeto do novo PNE, em discussão no Congresso, estabelece metas para a próxima década, incluindo a ampliação do acesso ao ensino superior e técnico, a valorização dos profissionais da educação e a redução das desigualdades regionais. Entretanto, há críticas sobre a falta de uma Lei de Responsabilidade Educacional para cobrar resultados dos gestores públicos e preocupações com o financiamento, já que o texto prevê apenas 7% do PIB nos primeiros anos. Representantes da educação também alertam para retrocessos, como a flexibilização na contratação de professores sem concurso e a mercantilização do ensino privado.
Audiências na Comissão de Educação do Senado destacaram a necessidade de priorizar a educação como alicerce para o desenvolvimento do país. Entre as demandas estão a regulamentação do ensino à distância, o fortalecimento da pesquisa científica e a inclusão de trabalhadores técnico-administrativos nas metas do PNE. O plano, que deve ser votado até o final de 2025, busca consolidar políticas públicas de longo prazo, mas enfrenta desafios orçamentários e estruturais para sair do papel e transformar a realidade educacional brasileira.