O Brasil subiu 47 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa de 2025, divulgado pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), alcançando a 63ª colocação. O avanço reflete um clima menos hostil ao jornalismo após a era anterior, com melhora nos indicadores políticos, sociais e de segurança. No entanto, o cenário global é preocupante: seis em cada dez países registraram queda, e pela primeira vez metade das nações teve condições classificadas como ruins para o exercício do jornalismo. A pontuação média global ficou abaixo de 55 pontos, indicando uma situação “difícil” para a liberdade de imprensa no mundo.
O estudo destaca que a independência financeira dos veículos é crucial para garantir informação livre e de qualidade. O indicador econômico foi o que mais pesou em 2025, com desafios como concentração de propriedade, pressão de anunciantes e cortes em subsídios públicos. A RSF alerta que a fragilidade econômica da mídia a torna vulnerável a influências políticas e à busca por audiência em detrimento do jornalismo. Além disso, as big techs são apontadas como um obstáculo, pois dominam a distribuição de informações e capturam receitas antes destinadas ao setor, além de amplificarem desinformação.
Casos como Argentina (87º) e Peru (130º) ilustram retrocessos, com governos adotando medidas autoritárias contra jornalistas e mídia independente. Nos EUA (57º), a polarização política e o declínio da confiança na imprensa agravaram o cenário. Já o Oriente Médio e o Norte da África seguem como as regiões mais perigosas para profissionais da imprensa, com destaque para o conflito em Gaza. Apesar dos avanços no Brasil, o relatório reforça a necessidade de proteger o pluralismo e a autonomia da mídia para sustentar democracias.