O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou um financiamento de R$ 248,5 milhões para a duplicação e prolongamento da rua da Marinha, em Belém, obra considerada essencial para a infraestrutura da COP30, que será realizada na cidade. A intervenção, no entanto, afetará uma área de floresta remanescente, impactando 64 espécies de árvores, incluindo duas ameaçadas de extinção: a angelim-pedra e a ucuuba, classificadas como vulneráveis. O governo do Pará justifica a obra como necessária, contribuindo com R$ 4,5 milhões como contrapartida ao valor financiado.
A diretoria do BNDES destacou que o projeto foi aprovado após avaliação das questões ambientais, embora o impacto na flora local tenha sido reconhecido. A obra deve beneficiar aproximadamente 215 mil moradores, equivalente a 12% da população de Belém, melhorando a mobilidade urbana em preparação para o evento climático. A decisão foi anunciada durante uma visita oficial à cidade, onde também foi entregue um projeto de saneamento vinculado à COP30.
A aprovação do financiamento reflete o equilíbrio entre desenvolvimento urbano e preservação ambiental, um tema sensível diante da realização de uma conferência global sobre mudanças climáticas. Enquanto o governo estadual enfatiza os benefícios para a população, especialistas podem questionar os custos ambientais da intervenção em uma área de floresta remanescente. O caso ilustra os desafios de conciliar crescimento e sustentabilidade em grandes eventos internacionais.