A Fundação Rede Amazônica visitou a maior usina de biometano da América Latina, localizada no aterro sanitário de Caieiras, em São Paulo, para conhecer uma iniciativa que transforma resíduos orgânicos em energia limpa. O biometano, produzido a partir de lixo orgânico, é apontado como uma alternativa viável para reduzir as emissões de gases poluentes, especialmente no setor de transportes, responsável por 14% das emissões no país. A tecnologia permite capturar e purificar gases de aterros sanitários, convertendo-os em combustível para caminhões, ônibus e processos industriais, com potencial para reduzir até 90% das emissões em comparação com combustíveis fósseis.
Em Manaus, onde o volume de resíduos é alarmante, o biometano pode ser uma solução para o esgotamento do aterro sanitário municipal. O Amazonas já planeja sua primeira usina, com investimento de R$ 150 milhões, capaz de processar 70% dos resíduos orgânicos do estado e abastecer 170 mil residências e indústrias. Empresas como uma montadora em São Bernardo do Campo já adotam o biometano em suas frotas, demonstrando os benefícios ambientais e econômicos dessa transição energética.
O projeto representa um passo significativo na descarbonização do Brasil, alinhando-se a investimentos em inovação e sustentabilidade. Com resultados positivos em São Paulo, onde o biometano já reduz mais de 12 milhões de toneladas de poluentes por ano, a expectativa é que a tecnologia impulsione uma economia circular, posicionando o país como referência global em energia renovável e gestão de resíduos.