O Banco do Brasil (BB) iniciou 2025 com uma queda de 20,7% no lucro líquido ajustado, totalizando R$ 7,3 bilhões no primeiro trimestre. Esse recuo, o primeiro após 16 trimestres consecutivos de crescimento, foi influenciado pelas novas regras contábeis do Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo aumento da inadimplência no agronegócio, setor no qual o banco é líder. As mudanças nas provisões para perdas esperadas reduziram o reconhecimento de receitas em R$ 1 bilhão, enquanto a taxa de inadimplência subiu para 3,86%, pressionada pela alta da Selic e por quebras de safra.
Apesar do resultado negativo, o BB expandiu sua carteira de crédito para R$ 1,278 trilhão, com crescimento de 14,4% em 12 meses. Destaques incluem os segmentos de Pessoa Jurídica (alta de 22,4% no ano) e Agronegócio (9% no mesmo período), além do crédito sustentável, que atingiu R$ 393,5 bilhões. O banco também revisou suas projeções para 2025, que anteriormente previam um lucro entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões, mas os novos números ainda não foram divulgados.
O desempenho foi marcado por quedas nas receitas de serviços (-9% no trimestre) e aumento nas despesas administrativas (+7% no ano). A instituição atribuiu parte do cenário aos efeitos das regras contábeis e às condições macroeconômicas, mas manteve sua estratégia de expansão do crédito, incluindo novas modalidades como o consignado para trabalhadores CLT.