O Banco do Brasil (BBAS3) registrou um lucro líquido de R$ 7,37 bilhões no primeiro trimestre de 2025, valor 20,7% inferior ao esperado pelo mercado. De acordo com a presidente Tarciana Medeiros, o resultado foi impactado pela combinação de dois fatores principais: a inadimplência acima da média histórica no segmento do agronegócio e a implementação das novas regras da Resolução 4.966. Em teleconferência com analistas, a executiva destacou que a decisão de revisar as projeções de lucro foi difícil, porém necessária para manter a transparência com o mercado.
A inadimplência no agro, agravada pelo momento desfavorável de entrada em vigor das novas regras bancárias e pela alta da Selic, pressionou os resultados. Felipe Prince, vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos, explicou que, mesmo com uma safra recorde, muitos clientes enfrentam dificuldades para gerar margem, o que atrasa os pagamentos. No entanto, ele ressaltou que o setor continua em movimento, com um novo plano safra em andamento, o que pode ajudar na regularização dos débitos nos próximos meses.
Analistas reagiram negativamente aos resultados, com instituições como Genial e Bradesco BBI rebaixando a recomendação do papel para “neutra”. Apesar do desempenho abaixo das expectativas, a administração do banco mantém a confiança no potencial da instituição, afirmando que os desafios atuais são circunstanciais e não refletem a capacidade de recuperação no médio prazo.