O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (5) as projeções do mercado financeiro para a economia brasileira, com destaque para a inflação e o crescimento do PIB. A expectativa para a inflação em 2025 caiu pela terceira semana consecutiva, passando de 5,55% para 5,53%, mas ainda permanece acima do teto da meta de 4,5%. Para os anos seguintes, as projeções se mantiveram estáveis ou com pequenos ajustes, como em 2028, quando a estimativa subiu de 3,78% para 3,80%. A partir de 2025, o sistema de meta contínua entrará em vigor, com o objetivo central de 3% e intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Caso a inflação ultrapasse esse limite por seis meses consecutivos, o BC terá de justificar o descumprimento em carta ao ministro da Fazenda.
O relatório Focus também manteve a projeção de crescimento do PIB em 2% para 2025 e 1,70% para 2026. Quanto à taxa básica de juros, a expectativa para o fim de 2025 recuou de 15% para 14,75% ao ano, enquanto as projeções para 2026 e 2027 permaneceram em 12,50% e 10,50%, respectivamente. O BC destacou que a política monetária precisa ser calibrada com antecedência, já que os efeitos da Selic na economia levam de seis a 18 meses para serem plenamente sentidos.
Outros indicadores também foram atualizados, como a taxa de câmbio, que teve sua projeção para o dólar em 2025 reduzida de R$ 5,90 para R$ 5,86. A balança comercial deve manter superávit de US$ 75 bilhões em 2025, enquanto os investimentos estrangeiros diretos no Brasil devem permanecer em US$ 70 bilhões tanto neste ano quanto em 2026. O documento reforça a importância do controle da inflação para preservar o poder de compra da população, especialmente dos assalariados, cujos rendimentos nem sempre acompanham o aumento dos preços.