O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a desancoragem das expectativas de inflação justifica a manutenção da taxa de juros em patamar restritivo por um período mais prolongado do que o habitual. Durante participação em evento do Goldman Sachs, ele destacou que a política monetária atual busca reforçar o compromisso do BC com a meta de inflação, evitando dúvidas sobre sua postura reativa. Galípolo ressaltou que, em um cenário de incertezas, é mais importante explicar a função de reação do que adiantar decisões futuras sobre os juros.
O presidente mencionou que os choques externos, como a política comercial dos EUA, podem afetar a economia global por meio de commodities e câmbio, mas reforçou que o BC está atento ao cenário inflacionário. Ele avaliou que o aumento de 425 pontos-base na Selic foi adequado e que os indicadores têm respondido como esperado ao aperto monetário. No entanto, a autoridade monetária segue monitorando os dados com cautela, sem se prender a um único indicador.
Galípolo enfatizou que a taxa de juros atual está em nível contracionista e que o BC manterá a flexibilidade para reagir conforme a evolução do cenário econômico. “No nível de Selic em que estamos, o período de juro alto passa a ter mais peso”, declarou. A postura do BC reflete uma busca por estabilidade, contrastando com a volatilidade observada em anos anteriores nas projeções de mercado.