O combate ao Alzheimer está entrando em uma nova fase, com medicamentos inovadores sendo aprovados e desenvolvidos no Brasil e no exterior. No país, a Anvisa recentemente liberou o uso do Kisunla (donanemabe), um fármaco da Eli Lilly que age diretamente sobre as placas beta-amiloides, associadas ao avanço da doença. Paralelamente, nos Estados Unidos, um spray nasal em desenvolvimento pela Universidade do Texas tem como alvo a proteína tau, outra causadora de danos neuronais quando acumulada no cérebro. Esses avanços representam um passo importante no controle da doença neurodegenerativa mais comum no mundo, que deve afetar 5,5 milhões de brasileiros até 2050.
O spray nasal, ainda em fase experimental, utiliza um anticorpo chamado TTCM2, encapsulado em lipídios para ultrapassar a barreira hematoencefálica — um dos maiores desafios no tratamento de doenças cerebrais. Testes em animais mostraram redução nos acúmulos de tau e melhora na função cognitiva, com expectativa de que os ensaios clínicos em humanos comecem nos próximos anos. Se aprovado, o medicamento pode chegar ao mercado entre 2028 e 2030, ampliando as opções terapêuticas para pacientes.
Esses desenvolvimentos ocorrem em um contexto preocupante, já que o envelhecimento da população brasileira deve quase dobrar até 2050, elevando o número de casos de demência. O Alzheimer responde por 60% dos diagnósticos no país, e fatores como tabagismo, álcool em excesso e doenças crônicas aumentam o risco. Apesar dos avanços, especialistas reforçam que a doença não é uma consequência inevitável do envelhecimento, destacando a importância de hábitos saudáveis e do diagnóstico precoce.