Em Itapetininga (SP), a procura por aulas de artes marciais entre mulheres cresceu mais de 50% no último ano, impulsionada pela busca de condicionamento físico e técnicas de autodefesa. Instrutoras destacam que golpes como chave de braço e imobilizações, baseados no jiu-jitsu, são ensinados para ajudar as alunas a se protegerem em situações de risco. Além dos benefícios físicos, as aulas também promovem interação social e aumento da autoconfiança, conforme relatos de praticantes.
O contexto regional reflete uma preocupação crescente: em 2024, o interior de São Paulo registrou 35.590 casos de agressão contra mulheres, um aumento de 30% em relação a 2023. O número de feminicídios também subiu 16%, atingindo 160 vítimas no mesmo período. Esses dados, da Secretaria de Segurança Pública do Estado, explicam em parte a motivação das mulheres em buscar formas de se proteger, como destacado por uma praticante: “Para nós, o jiu-jitsu pode salvar vidas”.
A adesão a turmas exclusivas para mulheres tem sido um fator importante para atrair novas alunas, que muitas vezes se sentem mais à vontade em ambientes sem a presença masculina. Além da defesa pessoal, os benefícios incluem melhora na postura, perda de peso e desenvolvimento de habilidades sociais. A história de uma assistente financeira ilustra como a prática mudou sua vida, seguindo orientações médicas e criando novas amizades, enquanto outra aluna enfatiza a importância de usar a técnica, e não a força, para escapar de agressores.