Uma auditoria interna da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) identificou o desvio de pelo menos R$ 5,3 milhões de recursos públicos destinados a projetos científicos do Instituto de Biologia da Unicamp entre 2013 e 2024. A maior parte do valor, aproximadamente R$ 5 milhões, foi movimentada por uma ex-funcionária da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), que utilizou notas fiscais falsas e transferências para contas pessoais. A Fapesp já ajuizou 34 ações de cobrança contra pesquisadores responsáveis pelos projetos afetados, alegando que eles contribuíram por negligência ao permitir o acesso indevido às contas.
Segundo a fundação, três pesquisadores foram condenados a devolver valores que variam de R$ 31 mil a R$ 243 mil, enquanto outros dois optaram por ressarcimentos administrativos. As ações judiciais estão em andamento em Campinas e na capital paulista, com a maioria ainda em fase de instrução. A ex-funcionária, que deixou o país em fevereiro de 2024, teve a prisão preventiva decretada em setembro do mesmo ano, sob acusação de peculato. O Ministério Público de São Paulo continua investigando o caso tanto na esfera civil quanto criminal.
A Unicamp detectou as irregularidades em janeiro de 2024, após identificar transferências suspeitas das contas de pesquisa. A Fapesp destacou que os desvios ocorreram por meio de notas fiscais fraudulentas e transferências bancárias irregulares. Embora a ex-funcionária seja apontada como principal responsável, a fundação reforça que os pesquisadores falharam ao não seguir as regras de acesso às contas. O caso segue sob investigação, e os envolvidos ainda podem se manifestar.