Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou graves falhas no sistema de empréstimos consignados do INSS, destacando que um em cada quatro contratos analisados apresentava irregularidades, incluindo fraudes e averbações não autorizadas. O relatório apontou que os controles existentes são insuficientes para garantir a segurança das operações, com inconsistências frequentes nos registros, especialmente em relação aos valores e limites de juros. A CGU recomendou mudanças urgentes no processo de concessão, já que as falhas inviabilizam a fiscalização adequada.
O problema ganhou maior dimensão com relatos de aposentados vítimas de golpes, incluindo descontos em folha por empréstimos nunca solicitados ou por associações sindicais fraudulentas. Uma operação da Polícia Federal e da própria CGU desmantelou uma rede envolvida nessas fraudes, que se estenderam por anos, abrangendo diferentes governos. Investigadores atribuíram parte do problema a uma medida provisória que ampliou o prazo para revalidação de filiações a entidades, facilitando a ação de criminosos.
O caso expõe a vulnerabilidade do sistema e a necessidade de maior transparência e controle, já que tanto o INSS quanto a Dataprev são remunerados pela concessão dos empréstimos. Com fraudes atingindo até 1,5 mil aposentados por hora em alguns casos, a CGU reforça a urgência de medidas para proteger os beneficiários e evitar novos prejuízos.