A produção de bebês reborns, bonecos hiper-realistas que imitam recém-nascidos, ganhou popularidade nas redes sociais, atraindo colecionadores e pessoas em busca de recursos terapêuticos. Priscila de Andrade, artesã de Juiz de Fora, começou a fabricar os bonecos há dez anos, após um pedido da filha. Autodidata, ela aprendeu as técnicas de pintura, implantação de cabelos e montagem, transformando o hobby em um negócio que vende cerca de 100 unidades por ano. Os bonecos, que acompanham certidão de nascimento, ultrassom e até marquinha de vacina, são personalizados e variam entre R$ 1.320 e R$ 2.100.
A demanda crescente levou Priscila a expandir suas opções, incluindo kits mais acessíveis, mas mantendo a experiência lúdica e artística. Ela defende que os reborns são, acima de tudo, produtos artísticos, embora reconheça que alguns vídeos nas redes sociais possam gerar polêmica ao tratá-los como bebês reais. A artesã ressalta que a maioria dos clientes são colecionadores ou artistas, e que o uso exagerado é exceção, não a regra.
Especialistas apontam que os bebês reborns podem ter funções terapêuticas, como auxílio no luto, apoio emocional para idosos com Alzheimer ou companhia para quem enfrenta solidão. No entanto, alertam que o apego excessivo pode indicar sofrimento psíquico, principalmente quando interfere na vida social. A psicóloga Valéria Figueiredo destaca que os bonecos devem ser vistos como apoio, não como substitutos para relações humanas. O fenômeno continua a crescer, impulsionado pelas redes sociais e pela busca por conexões emocionais.