No Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado neste domingo (18), pacientes dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do Distrito Federal mostraram como a arte e o apoio terapêutico têm transformado suas vidas. Marcus Danyel Martins, de 22 anos, é um dos participantes do projeto de teatro e cinema da Companhia Atravessa a Porta, que oferece uma alternativa ao modelo tradicional de internação psiquiátrica. Ele destaca a diferença entre as abordagens: “No hospital, é muito medicamento e pouca gente conversando com você. Já no Caps, o pessoal é mais atencioso”.
A iniciativa Atravessa a Porta, premiada na Mostra Distrital de Práticas Profissionais, utiliza a arte como ferramenta de integração social e cuidado em saúde mental. A psicóloga Amanda Gayatri, responsável pelo projeto, explica que a criação artística serve como ponte entre o subjetivo e o social, valorizando a sensibilidade e a diversidade cultural dos participantes. O grupo também produziu o filme “Capsianos”, que narra histórias de pessoas com transtornos mentais, reforçando a importância da representação e da inclusão.
Além das atividades artísticas, os Caps oferecem atendimento multiprofissional gratuito, promovendo a ressocialização e o cuidado em liberdade. Pacientes como Rogério, que enfrentou crises sem internação, relatam melhoras significativas: “Antes não tinha convivência com ninguém. Tipo um homem das cavernas. Mas estou aprendendo”. A rede de saúde mental do SUS, presente em todo o país, continua sendo uma alternativa essencial para quem vive em sofrimento psíquico, garantindo direitos e dignidade.