Novas evidências arqueológicas e botânicas estão ajudando a reconstruir a história de Siddhartha Gautama, o Buda, cuja existência ganha mais fundamento científico. Pesquisas publicadas pela revista “Frontiers of Geochemistry” revelaram vestígios de uma figueira-da-india (Ficus religiosa) próximo ao Templo de Maya Devi, em Lumbini, no Nepal, local tradicionalmente associado ao seu nascimento em 563 a.C. A descoberta corrobora a narrativa de que Buda teria alcançado o despertar espiritual sob uma árvore semelhante, reforçando a conexão entre a lenda e a realidade histórica.
Escavações no templo também identificaram uma estrutura de madeira do século VI a.C., possivelmente o santuário mais antigo já encontrado, alinhando-se com relatos orais transmitidos por gerações. Além disso, em Tilaurakot, a 27 km de Lumbini, foram descobertos os restos de uma cidade fortificada, que pode ser Kapilavastu, onde Buda teria vivido antes de sua renúncia. Artefatos como moedas de prata e cerâmica oferecem pistas adicionais sobre o contexto histórico do budismo primitivo.
As descobertas, celebradas por fiéis, ganham ainda mais relevância com a proximidade do dia 5 de maio, data em que se comemora o nascimento de Buda. Para os arqueólogos, como Robin Coningham da Universidade de Durham, esses achados são peças fundamentais para entender não apenas a trajetória do líder espiritual, mas também a disseminação de suas ideias. O trabalho continua, com pesquisas mapeando áreas vulneráveis para preservar o patrimônio ligado a uma das religiões mais influentes do mundo.