Os aplicativos de delivery de comida estão adotando estratégias agressivas para competir com o ifood, que detém mais de 80% do mercado no Brasil. O Rappi anunciou a eliminação de taxas de intermediação e entrega para novos restaurantes, cobrando apenas 3,5% referentes a meios de pagamento. A medida, que será estendida gradualmente a todos os parceiros até meados do ano, visa atrair mais estabelecimentos e dobrar a base atual de 30 mil até o final de 2025. Além disso, a empresa planeja investir 40% de seus R$ 1,4 bilhão para expandir sua participação no setor de restaurantes, que hoje representa apenas 20% das entregas no país.
Outro player que entrou na disputa é a 99Food, que também zerou comissões e mensalidades para restaurantes por dois anos. A empresa oferece dois modelos de operação: um com logística completa e outro no qual o estabelecimento faz suas próprias entregas. Com um investimento de R$ 1 bilhão em 2025, a 99Food busca atrair 400 mil comerciantes, prometendo aumentar em 20% os lucros dos parceiros por pedido. Em uma simulação, um restaurante que receberia R$ 73,80 em um pedido de R$ 100 em outras plataformas ficaria com R$ 92,30 na 99Food.
A guerra de tarifas reflete a intensa competição no mercado de delivery, com empresas buscando ganhar espaço através de preços mais baixos e condições vantajosas para restaurantes. Enquanto o Rappi foca em expandir sua base de parceiros, a 99Food aposta em custos reduzidos e maior autonomia para os estabelecimentos. O movimento pode beneficiar consumidores, com preços mais próximos aos praticados nos balcões, mas também pressiona o domínio do ifood, que até agora liderava o setor sem grandes desafios.