Aposentados em todo o Brasil têm relatado descontos indevidos em suas contas bancárias, realizados por meio de débitos automáticos sem autorização prévia. Empresas como Paulista Serviços e Aspecir aparecem nos extratos, mas as vítimas afirmam nunca ter contratado os serviços ou produtos associados. Embora as empresas aleguem que as cobranças são autorizadas por documentos ou gravações telefônicas, muitas ações judiciais revelam a falta de comprovação desses contratos, levando a condenações por ressarcimento e danos morais.
Investigações do Ministério Público e decisões judiciais destacam a complexidade do esquema, que envolve múltiplas empresas intermediárias, dificultando a identificação do real credor. Bancos afirmam seguir normas do Banco Central, mas consumidores relatam dificuldades para cancelar os débitos e obter esclarecimentos. Casos como o de um aposentado que perdeu mais de R$ 1 mil ilustram a vulnerabilidade dos beneficiários, que muitas vezes só descobrem os descontos ao monitorar seus extratos bancários.
O problema levanta questões sobre a regulamentação de débitos automáticos e a transparência nas cobranças. Enquanto algumas empresas devolvem os valores após pressão judicial, outras mantêm as alegações de autorização, sem apresentar provas consistentes. A situação reforça a necessidade de maior fiscalização e orientação aos consumidores, especialmente idosos, que são frequentemente alvos desse tipo de prática.