Recém-aposentados e pensionistas do INSS têm sido alvos constantes de ligações insistentes com ofertas de empréstimos consignados e outros produtos financeiros. Muitos relatam receber dezenas de chamadas por dia, mesmo sem ter solicitado os serviços, e enfrentam dificuldades para bloquear as abordagens, que muitas vezes são agressivas. O problema é agravado pelo vazamento de dados pessoais, que permite que instituições financeiras e até funerárias acessem informações sensíveis sem autorização.
O INSS recentemente restringiu o acesso aos dados dos beneficiários, exigindo agora autorização explícita para consultas, medida que visa coibir o assédio. No entanto, a prática persiste, e vítimas buscam ajuda em órgãos como o Procon e o Banco Central, sem obter soluções efetivas. A Defensoria Pública Federal destaca que o problema é antigo e que as medidas tomadas até agora não foram suficientes para proteger os mais vulneráveis, como idosos e pessoas com menos familiaridade com o sistema financeiro.
O novo presidente do INSS promete combater o assédio e pede que os beneficiários denunciem as irregularidades. Enquanto isso, a Federação Brasileira de Bancos afirma condenar práticas abusivas e ressalta que, desde 2020, aplicou mais de 1,4 mil penalidades administrativas relacionadas a empréstimos consignados. A situação, no entanto, ainda exige ações mais robustas para garantir a segurança e a tranquilidade dos aposentados.