A descoberta de um campo de futebol do século 17 na Escócia está reacendendo o debate sobre as origens do esporte. Arqueólogos identificaram uma linha de pedras em Anwoth, Kirkcudbrightshire, que teria sido usada para delimitar o espaço de jogo e impedir partidas aos domingos, conforme relatos históricos. A estrutura, datada de cerca de 400 anos, sugere que o futebol organizado já era praticado na região muito antes da padronização das regras na Inglaterra no século 19.
A pesquisa, liderada por um fundador do Museu do Futebol Escocês, contesta a narrativa tradicional que atribui à Inglaterra o pioneirismo do futebol moderno. Evidências como cartas de um clérigo local e a análise do terreno reforçam a teoria de que os escoceses já jogavam uma versão menos caótica do esporte, distinta do “mob football” medieval. No entanto, especialistas ingleses questionam a conexão direta entre o jogo praticado no local e o futebol atual, argumentando que não há provas claras sobre as regras da época.
O debate reflete uma disputa cultural mais ampla, com defensores da tese escocesa acusando os ingleses de minimizar contribuições históricas. Enquanto a descoberta pode reescrever parte da história do esporte, a falta de registros detalhados mantém a controvérsia aberta. A discussão ressalta a importância de novas pesquisas arqueológicas para entender melhor as raízes do chamado “jogo bonito”.