Pesquisadores descobriram mel perfeitamente conservado em tumbas egípcias de 3.000 anos, ainda próprio para consumo. Isso se deve às propriedades naturais do mel, como baixo teor de água, acidez elevada (pH entre 3 e 4,5) e a presença de peróxido de hidrogênio, que inibem a proliferação de microorganismos. As abelhas produzem o mel a partir do néctar, transformando-o em um antisséptico natural, usado há milênios para fins medicinais e religiosos.
O mel era altamente valorizado no Egito Antigo, onde era oferecido aos deuses, como evidenciado pela doação de 21 mil jarros pelo faraó Ramsés III. Registros arqueológicos, como ilustrações rupestres na Espanha e tábuas sumérias, mostram que a coleta e o uso do mel remontam a pelo menos 8 mil anos. Na Medicina Chinesa, o mel era considerado equilibrado, associado ao elemento Terra, e usado em receitas reais durante a dinastia Zhou.
Além de seu papel cultural e religioso, o mel era empregado em tratamentos médicos, como em preparações sumérias para feridas, e até mesmo como alimento, como no caso de João Batista. Sua presença em diversas civilizações—do Cartago de Aníbal à China antiga—destaca sua importância histórica e durabilidade. O mel não apenas resistiu ao tempo, mas também se consolidou como um símbolo de saúde e resistência ao longo dos séculos.