Um relatório da XP Investimentos identificou as ações mais adequadas para investidores se posicionarem na Bolsa brasileira de acordo com a valorização ou desvalorização do dólar. Utilizando uma análise quantitativa que mede a sensibilidade das ações ao câmbio, a equipe destacou que, em períodos de alta do dólar, empresas com receita em moeda americana e custos em moedas mais fracas tendem a se sair melhor. Em 2025, por exemplo, enquanto a cesta de ações com sensibilidade positiva ao dólar subiu 3,7%, as com sensibilidade negativa avançaram 33,4% diante de uma queda de 8,8% da moeda americana frente ao real.
Para um cenário de dólar forte, a XP recomenda empresas como BRF, Suzano, Vale e Petrobras, que se beneficiam da receita em dólar e custos em moedas locais. Já em situações de dólar fraco, ações com perfil doméstico, como Copasa, Rumo e Cyrela, são mais indicadas, pois estão menos expostas às oscilações cambiais e mais atreladas ao desempenho da economia brasileira. Em 2025, a cesta de dólar fraco acumulou alta de 42,6%, superando o Ibovespa, enquanto a de dólar forte teve perda média de 6,8%.
O relatório também destacou o enfraquecimento recente do dólar, que recuou 6,5% no índice DXY e 8,8% frente ao real em 2025, contrariando a tendência de final de 2024, quando a moeda americana subiu impulsionada por incertezas fiscais no Brasil e riscos globais. A análise sugere que, diante da volatilidade, os investidores devem considerar a exposição cambial das empresas ao montar suas carteiras.