Um ex-analista de inteligência do Ministério da Justiça prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (19), levantando suspeitas sobre solicitações feitas durante as eleições de 2022. Segundo ele, houve pedidos para identificar municípios onde certos candidatos obtiveram mais de 70% dos votos, além de análises sobre a distribuição de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O depoente expressou preocupação com o possível viés político dessas ações, afirmando que os dados coletados podem ter sido usados de forma inadequada no dia da votação.
O ex-diretor de inteligência da PRF também relatou desconforto com ordens recebidas durante as eleições, especialmente em relação a uma reunião que focava em monitorar veículos com destino a regiões específicas. Ele questionou a motivação por trás do pedido, destacando que a abordagem parecia incomum. Enquanto isso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga denúncias de que operações da PRF no segundo turno podem ter prejudicado eleitores de determinados candidatos.
O STF iniciou a fase de depoimentos no processo que investiga supostas tentativas de interferência no pleito de 2022, com audiências transmitidas ao público, mas sem permissão para gravação pela imprensa. O objetivo é acelerar o andamento do caso para evitar impactos no calendário eleitoral de 2026. Paralelamente, um dos envolvidos já foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e declarado inelegível até 2030 por ataques ao sistema eleitoral.