Nas últimas semanas, o preço do barril de petróleo caiu para abaixo de US$ 60, nível não visto desde abril de 2021, durante a pandemia. Segundo Regis Cardoso, analista de óleo e gás da XP, a volatilidade recente é resultado de um “cabo de guerra” entre fatores como decisões da Opep+, incertezas na demanda global e tensões geopolíticas. Ele destacou que notícias negativas, como o risco de desaceleração econômica e o aumento da produção pela Opep+, têm pressionado os preços para baixo, com o Brent chegando a US$ 60 após iniciar o ano acima de US$ 75.
No Brasil, a Brava Energia (BRAV3) é a empresa mais vulnerável à queda do petróleo devido à sua alta alavancagem, enquanto outras petrolíferas, como Petrobras, PRIO e Petroreconcavo, demonstram maior resiliência. Cardoso ressaltou que a PRIO possui a maior margem de segurança em um cenário de preços baixos, especialmente após anunciar a aquisição de 60% do campo de Peregrino, um movimento estratégico que fortalece sua posição. Já a Petrobras enfrenta desafios na geração de caixa livre com o Brent a US$ 60, mas mantém retornos elevados em comparação com outras empresas do setor.
O analista também chamou atenção para o impacto das decisões geopolíticas e econômicas globais no mercado de petróleo, como as tarifas de importação dos EUA e as mudanças na produção da Opep+. Enquanto isso, os investidores acompanham de perto os resultados trimestrais de grandes bancos brasileiros, como Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco, que também influenciam o cenário econômico local. O texto original foi publicado pelo InfoMoney.