O ano de 2024 foi o mais mortal para as forças russas desde o início da guerra em grande escala na Ucrânia, com pelo menos 45.287 mortos, segundo dados compilados pelo Serviço Russo da BBC em colaboração com o Mediazona e voluntários. Esse número supera significativamente as perdas dos anos anteriores, refletindo o aumento constante de baixas à medida que a linha de frente avançava lentamente. Estimativas sugerem que o total real de mortos pode variar entre 164.223 e 237.211, considerando a subnotificação.
As táticas russas, que priorizavam ataques repetidos com pequenos grupos de assalto, resultaram em um alto custo humano por território conquistado: 27 soldados mortos por quilômetro quadrado. Entre os episódios mais letais está o ataque a um campo de treinamento em fevereiro de 2024, que matou 65 militares, mas não foi mencionado oficialmente. Além disso, voluntários—muitos recrutados sob pressão financeira ou legal—passaram a representar um quarto das baixas, frequentemente enviados à frente de batalha com treinamento mínimo.
A Rússia conseguiu repor suas perdas por meio de recrutamento intensivo e incentivos financeiros, como salários de combate até sete vezes maiores que a média regional. República como Bashkortostan registraram o maior número de mortes, muitas envolvendo recrutas sem experiência militar. O conflito também afetou combatentes das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk, elevando o total estimado de fatalidades para até 260.700. Apesar dos avanços territoriais, as perdas contínuas destacam o impacto prolongado e devastador da guerra.