O mercado de imóveis comerciais apresentou desempenho divergente em abril de 2025, com os aluguéis mantendo trajetória de alta enquanto as vendas desaceleraram. De acordo com o FipeZAP, os preços de locação para espaços de até 200 m² subiram 1,08% no mês, mais que o triplo do aumento observado nas vendas (0,23%). O cenário reflete a combinação entre a retomada das atividades presenciais, o crescimento do setor de serviços e a preferência das empresas por flexibilidade, optando por alugar em vez de comprar diante do crédito mais caro.
A alta dos juros, com a Selic em patamar elevado, tem impactado diretamente o mercado de vendas, dificultando o acesso ao crédito e desestimulando investimentos. Enquanto isso, a locação comercial não apenas superou a inflação oficial (IPCA de 0,43%) como também registrou acumulado de 3,12% no ano, mais que o dobro do avanço dos preços de venda (1,19%). Cidades como Brasília, Curitiba e Campinas lideraram a valorização dos aluguéis, enquanto Salvador, Rio de Janeiro e Campinas tiveram quedas nos preços de venda.
A rentabilidade média do aluguel comercial atingiu 6,84% ao ano, acima do mercado residencial, mas ainda abaixo de aplicações de renda fixa, devido à Selic elevada. São Paulo segue como a cidade com os maiores valores médios, tanto para venda (R$ 10.256/m²) quanto para locação (R$ 56,06/m²). O cenário indica um descolamento entre os dois segmentos: a locação, impulsionada pela demanda operacional, e as vendas, pressionadas pelas incertezas macroeconômicas.