A violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil apresenta números alarmantes, com 9,5 mil denúncias e 17,5 mil violações registradas apenas nos primeiros meses de 2023, segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A subnotificação, no entanto, indica que a realidade é ainda mais grave, com impactos devastadores que perduram por anos ou mesmo por toda a vida. Especialistas alertam que mudanças comportamentais abruptas, como retraimento, distúrbios do sono e queda no rendimento escolar, podem ser sinais de abuso, exigindo atenção e ação imediata.
Os efeitos desse tipo de violência são profundos, incluindo maior risco de transtornos mentais como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático, além de consequências físicas como doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce. A literatura científica também associa experiências traumáticas na infância ao desenvolvimento de transtornos de personalidade e comportamentos disfuncionais na vida adulta. Diante disso, a data de 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, é um chamado à mobilização social e à implementação de políticas públicas eficazes.
O texto reforça a importância de denunciar qualquer indício de violência, por mais sutil que pareça, por meio do Disque 100, que permite relatos anônimos. A proteção de crianças e adolescentes é uma responsabilidade coletiva, e a omissão pode ter consequências irreparáveis. A sociedade é convocada a transcender a conscientização pontual e exigir medidas estruturadas de prevenção, acolhimento e responsabilização, garantindo um futuro mais seguro para as novas gerações.