O partido Alternativa para a Alemanha (AfD) foi oficialmente classificado como de extrema-direita em nível federal pela agência de inteligência interna do país. A decisão, anunciada pela ministra federal do Interior, baseia-se na avaliação de que o partido promove objetivos contrários à ordem democrática e defende uma visão étnica do povo, discriminando grupos populacionais, incluindo imigrantes e muçulmanos. A AfD já era considerada de extrema-direita em alguns estados, como Turíngia, Saxônia e Saxônia-Anhalt.
Nas eleições gerais de fevereiro de 2025, a AfD obteve 20,5% dos votos, ficando em segundo lugar, atrás da União Democrática Cristã (CDU). O partido tem ganhado relevância no cenário político alemão, embora suas posições controversas sobre imigração e direitos humanos tenham sido alvo de críticas. A liderança do partido inclui figuras com perfis complexos, que combinam discursos antimigração com defesas paradoxais de minorias.
A classificação federal reforça as preocupações sobre o crescimento de ideologias radicais na Alemanha. A ministra destacou que a postura do partido contradiz princípios fundamentais da Constituição alemã, como a garantia da dignidade humana. O caso ilustra os desafios democráticos enfrentados pelo país diante do avanço de movimentos nacionalistas e etnocêntricos.