Lideranças afrodescendentes de 16 países entregaram uma carta de reivindicações à presidência da COP30, solicitando maior participação nos espaços de negociação global sobre mudanças climáticas. A iniciativa, representando mais de 180 milhões de pessoas através da coalizão Citafro, enfatiza a necessidade de justiça climática, planejamento territorial e garantia de posse de terras. O coordenador da Conaq destacou a presença de mais de 8.441 comunidades quilombolas em todos os biomas brasileiros, sublinhando seu papel crucial na preservação ambiental.
As demandas incluem a inclusão explícita desses povos nos relatórios das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Brasil. Representantes argumentam que soluções climáticas exigem regularização fundiária e metas específicas para territórios quilombolas, além de mecanismos transparentes para que financiamentos climáticos alcancem essas comunidades. A articulação reforça que a segurança jurídica dos territórios é fundamental para o combate efetivo às mudanças do clima.
A carta foi apresentada ao presidente designado da COP30 durante a instalação da Comissão Internacional de Comunidades Tradicionais no “Círculo dos Povos” – uma das quatro estruturas criadas para ampliar a participação social na conferência. Autoridades ressaltaram a importância dessa coalizão na preparação prévia das negociações, comparando-a a experiências bem-sucedidas em conferências passadas. O embaixador responsável pela COP30 manifestou apoio aberto às demandas, incentivando cobranças contínuas sobre o tema.